quarta-feira, 30 de julho de 2014

E agora, mãe?!

Bom, não é mais novidade que estamos esperando um bebê e isso é algo grandioso, maravilhoso. Mas com certeza grandioso, maravilhoso, não definem nem de longe a complexidade que é descobrir-se grávida e realizar as implicações atreladas a isso.

Com a gravidez, descobri um fato desconhecido para mim, mas uma dura e constante realidade: 20% das gestações terminam em aborto. E, não há nada que possamos fazer para impedir. É a natureza seguindo seu curso. Estive dentro dessa porcentagem e posso dizer: dói. É um sofrimento que não cabe em palavras.
Tive um aborto espontâneo às 5 semanas no final do último ano. Era pouco tempo de gestação, mas tempo suficiente para pesquisar data provável de parto, mudanças e desenvolvimento fetal nas primeiras semanas, pensar se seria menino ou menina, superar o susto de se imaginar grávida e tudo mais. E em questão de dias, isso vai por água abaixo. Deu para ter uma noção?

Por que estou contando isso se a gravidez atual corre às mil maravilhas? Aliás, estamos de 18 semanas (4 meses e 1 semana). Por que tentar uma gravidez após um aborto é muito assustador! Mas a lição é esperar com fé, porque segundo meu médico um aborto é um evento isolado e podemos seguramente desenvolver uma gravidez saudável após o prazo de recuperação adequado.
Impossível não criar uma neurazinha sequer, mas a gente não pode deixar isso influenciar no que acontece daqui pra frente.

Descobri também que aqueles sintomas de novela e filme, quando a mulher nem desconfia que está grávida e simplesmente desmaia, enjoa, vomita, tem dor nos seios e etc, não é com todo mundo.
Não tive nada disso. Desconfiei por palpite de familiar e por atraso menstrual.
Eu que sempre fui "enjoadinha" não tive um único enjoo. Tudo de bom.

Mas vou contar, gravidez não é doença, mas requer uma série de cuidados. Eu por exemplo, tenho tomado ácido fólico há mais de 6 meses (vitamina que previne má formação do bebê). Tive que abrir mão do café, do refrigerante, do meu amado idolatrado sushi, dos rodízios, do repelente (mosquitinho adora uma grávida!) e cuidar tudo o que eu como para passar o maior número de nutrientes possível para meu filho.

No mais, sigo com as mesmas ansiedades de toda e qualquer grávida. Contando cada semana, lendo tudo sobre cada fase, doida de curiosidade para saber o sexo do bebê (o safadinho não quis mostrar "as partes" na última eco). Por ser magrinha demais e ainda não ter ganhado peso, sofro bastante com meu corpo se expandindo para acomodar melhor o bebê. E ah, para quem ficou com uma pontinha de inveja porque não tive os desagradáveis enjoos, nessas últimas semanas tive alergias, gases e verruguinhas típicas da gestação. Iupi! (só que não).

De todas as coisas que aprendi (e vou aprendendo todo dia), posso dizer que é uma experiência única. A gente ama muito uma música e descobre que não existe som mais lindo do que ouvir o coraçãozinho do nosso filho. De resto, é um dia de cada vez, uma alegria de cada vez, um temor de cada vez. E o enxoval crescendo a cada dia com mimos dos familiares, dos amigos e do papai. Ah, e dessa mãe de primeira viagem.