quarta-feira, 31 de julho de 2013

O dia em que eu não consegui chorar

Às vezes uma avalanche de coisas acontece em momentos da nossa vida. Coisas boas, coisas ruins, mudanças. Isso é natural e até mesmo esperado. O cinto aperta quando muitas coisas acontecem ao mesmo tempo, não nos permitindo tempo para digerir tudo.

Cada pessoa reage aos eventos da vida de sua própria maneira. 
Cada pressão sofrida no nosso dia a dia produz reações diferentes (e isso também depende do nosso momento de vida): podemos nos revoltar, sentir raiva, ter ataques de riso ou choro... Enfim, vai depender das características de personalidade de cada um.

Sou daquelas que "aguenta no osso". Frente a uma dificuldade, procuro receber o problema, questionar as principais soluções, baixar a cabeça e trabalhar em cima dele. Por mais emoção negativa que a situação me cause, guardo o momento de desespero para outra ocasião.

Sempre fui uma "manteiga derretida" como dizia minha mãe. Então, nada mais normal do que me utilizar do choro para externalizar toda a carga que ficou dentro de mim. Chorar nos permite alívio. Parece que depois de uma sessão de choro, a gente fica mais leve, pronto para enfrentar as coisas com a cabeça erguida.
É, chorar tem suas vantagens sim!

No último mês, muitas mudanças se apresentaram, muitas informações novas, muitas questões profissionais para resolver. A pressa não me permitiu tirar um tempo para absorver cada uma delas e realojar dentro de mim. Uma coisa de cada vez!

Percebi o quanto tudo isso me afetou quando precisei resolver um problema e, depois de toda a correria, esqueci de coisas fundamentais para que o problema fosse solucionado.
Vi que minha cabeça estava mais bagunçada do que imaginei.

Eu, que sou toda organizada e controlada, percebi que às vezes é preciso parar e refletir sobre as coisas que nos afetam. Admitir que certas coisas nos machucam, nos ferem, é difícil, porque sugere que devemos nos movimentar para resolver essas questões.

Enquanto escrevia, li uma frase que fez todo sentido: "A única coisa que mantemos sob controle é a ilusão de que temos controle sobre alguma coisa" 

Mas não consegui chorar. Não dessa vez.


quarta-feira, 10 de julho de 2013

Encerrando etapas

Essa semana definitivamente está se apresentando uma semana atípica no meu repertório profissional. Minha trajetória envolve diversos locais e espaços, cada qual trazendo sua importância na minha formação contínua e contribuindo com minha bagagem profissional.

Já disse adeus antes. Já encerrei outras etapas e já reiniciei a caminhada outras vezes. Sei que meu gosto pelo desafio e minha flexibilidade vão me permitir muitos outros voos.

Mas hoje encerro minhas atividades em um dos locais onde trabalho e essa tarefa de desligamento está me surpreendendo de diversas formas.

Estar aqui, ter desenvolvido o trabalho que desenvolvi (mesmo que por pouco tempo) foi uma das coisas mais importantes (do meu ponto de vista) que eu já fiz. Seja pela complexidade do trabalho desenvolvido, seja pelas conquistas e resultados que meu tempo aqui trouxeram para a instituição.

Aprendi muito. Acho que ganhei mais do que pude oferecer. Cheguei sem saber o que esperar deste espaço e acabei me identificando profundamente com suas demandas.

Sei que minhas propostas vão perdurar. Sei que deixarei marcas da minha passagem por aqui. Olhando para cada um dos profissionais que comunico em tom de despedida o fechamento deste ciclo, sinto que fiz a diferença.


Sou muito feliz com minha escolha profissional. Sou grata pelos caminhos que essa profissão me permitiu trilhar.

Hoje, mais do que levar comigo as experiências dos dias vividos aqui, deixo um pedacinho meu, cheio de carinho pra quem fica.