domingo, 26 de dezembro de 2010

Encerrando o ano - E iniciando outro ciclo

Final de ano chegando e com ele as infindáveis reflexões a respeito do ano que se passou. Não é só a Tv Globo que faz "Retrospectiva XXXX". Nós também fazemos e acumulamos nela todo o fardo de nosso corrente ano.

Algumas situações muito boas e que nos trazem sorrisos, algumas decepções (muuuuitas em alguns casos), coisas ruins que nos marcaram e as famosas "metas" para o ano seguinte, na tentativa de fazer do próximo ano um ano ainda melhor.

E entre essas metas, encontramos de tudo! Arrumar um emprego novo, aquisição de bens materiais, conhecer pessoas, estudar, viajar, ser e acontecer.

Chegando ao final do ano eu pergunto: quantas das "metas" do ano passado tu conseguiste alcançar neste ano de 2010? Quantas ficaram para trás, perdidas no caminho? Quantas não se aplicam mais no dia atual? Quantas foram realmente possíveis de realizar?

Acredito que é importante certo planejamento para saber o caminho a ser traçado. Mas na ânsia de planejar e controlar todas as variáveis, será que a espontaneidade e a naturalidade são preservadas? Será que a intensidade de simplesmente viver e deixar as coisas acontecerem não é algo mais interessante?

Ou será que as metas é que estão inadequadas? Será que estamos almejando coisas que realmente são possíveis de se colocar em prática?

Façamos o seguinte, vamos diminuir o número de metas. Comecemos a pensar não só no resultado final, mas nos passos que vamos dar para alcançá-lo.

Já dizia aquela frase que o caminho é mais importante que o destino. É o processo que nos faz crescer, que nos aprimora.

Listas? Pra quê se o importante é o viver? Queremos alcançar tantas coisas por quê? Não é para sermos mais felizes? Então! Sejamos mais felizes!

Minha meta para 2011? Experimentar!
Experimentar novos caminhos, novas situações, novos desafios, novos amigos, novos amores. E como a gente começa a experimentar a vida?
Permitindo-se!

Como diria Lulu Santos: "Não há tempo que volte, amor. Vamos viver tudo o que há pra viver. Vamos nos permitir..."
Feliz 2011 pra todos nós!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Deixe estar - é possível?!

Há momentos em que encontro pessoas remoendo certas situações, a ponto de, muitas vezes, fechar o olhar para algo além disto.

Quando coloco a palavra remoer, estou trazendo um conceito de repetição "compulsiva", um eco constante e frequente que toma o pensamento em algum momento do dia (ou do dia todo, em alguns casos).

Uma oportunidade que se perdeu, um amor que se desfez, uma pessoa que nos decepcionou, uma situação onde não encontramos conformidade. Muitos são os pensamentos que às vezes atormentam nossas reflexões.

Fico me perguntando o por quê de fixar tanto o pensamento nessas situações e o que há neste acontecimento que não foi completamente resolvido a ponto de tomar a reflexão de forma tão perturbadora. Por que continuar a pensar tanto naquilo que já não pode mais ser alterado?

Acredito que muitos de nós somos movidos pelo desafio, sempre acreditando que é cedo demais para desistir. Deixar de procurar "soluções" seria uma forma de abdicar, de perder a batalha, seja ela qual for.

Mas, pensando do ponto de vista da boa saúde, será que é saudável pensar com tanto afinco naquelas situações em que já não podemos fazer mais nada, que não temos mais nenhum tipo de controle?

A repetição que considero saudável, é aquela que se faz para tentar resignificar os eventos da vida, para realojar sentimentos, para trazer e trabalhar uma nova significação, uma nova subjetivação. Isso é extremamente positivo e também necessário.

Às vezes, é preciso dar-se conta de que precisamos seguir em frente.

Aceitar que às vezes temos de deixar as coisas como estão não é o mesmo que desistir. Ao contrário, é poder ter um cuidado consigo mesmo e com seu tempo interno, que para cada um de nós é tão único, tão particular. Lidar com aquilo que não mais depende de nós é um grande desafio. Fazer o que se pode fazer e não ir contra a maré é a chave.

Precisamos aprender a pensar não para nos punir ou nos culpar por algo que não deu certo, que se perdeu em nossas vidas, mas pensar para poder tomar atitudes mais positivas, refletindo até onde se está fazendo o que se gosta e o que faz bem a si mesmo.

Deixar ir... Libertar-se da culpa de não poder fazer mais nada e perceber que "não fazer mais nada" também é atitude, também é força que nos move.